Biography
Inicialmente, a simples idéia de interpretar eternos clássicos de Hendrix, BB King e afins fascinava o ego da banda. No primeiro ensaio, à medida que tocávamos, ou melhor, sentíamos Little wing, The thrill is gone, Red house… Nossa! Era inexplicável! Éramos tragados para um novo mundo, uma atmosfera musical nunca dantes navegada por reles mortais teresinenses. Ao final da sessão feeling, o grau de relaxamento mental e físico era inédito para o trio. Interiormente, sabíamos que tal sentimento viciava. E como todo vício, era bom…
Então, foram-se passando os meses e a banda, a cada dia de ensaio, lapidava-se. Começamos, atrevidamente, a não se limitar mais em apenas tocar tais músicas como ouvíamos. Já fazíamos versões particulares ao trio. Iniciamos uma nova fase: interpretá-las como sentíamos, modificando alguns fraseados guitarrísticos, introduzindo novos grooves de batera, reformulando as linhas de baixo. Estaríamos começando a fazer Blues, verdadeiramente?
Finalmente, e naturalmente, começamos a compor!
O primeiro feto, precoce, instrumental e introspectivamente blues foi o que chamamos de paradoxoblues, uma vez que mesclava, em uma única música, suavidade, energia, agressividade e, acima de tudo, emoção. Como uma única melodia pode transmitir tantos sentimentos complementares, porém distintos?
Outra perguntava pairava no ar: como não tocar, não sentir, não se enamorar por uma música que consegue transmitir tantos diversos inversos sentimentos?
Estávamos amando o Blues!
Particularmente, esse é meu único amor correspondido!
Logo em seguida, fez-se o Blues da Maraca que, inconscientemente, homenageia as coroas do rio Parnaíba, fronteira entre a Chapada do Corisco e o estado do Maranhão, e discorre acerca da nebulosa fronteira de substantivos, sujeitos, predicados, adjetivos… Que permeiam o Blues. Menciona também sua marginalidade, introspecção, leveza e densidade…
Ao terceiro filho chamamos Louca de Pedra, que, até então, é a mais complexa melodia da banda. A letra, no entanto - simples de cantar e entender - reflete o cotidiano de mais um amante brasileiro/piauiense desprovido de mecanismos capitalistas para sobreviver na selvageria econômica especulativa que se tornou nosso país. Eufemismos a parte: “money que é good nóis num have”. Ainda assim, é possível amar, nem que seja carnalmente.
Por último (será a primeira famosa canção?), fizemos Verdades de Alguém. Simples e sentimental como todo blues é, traz a tona diversas formas de interpretação de sua abstrata letra e, paradoxalmente, concisa. Os solos, influenciados pelo Superman David Gilmour; a cozinha batera/baixo, um tanto assim Black Sabbath, quem diria, acabou virando Blues também! Estranho sim, mas Blues!
Assim fez-se o primeiro demo cd da banda Clínica Tobias Blues: naturalmente, simplesmente, paradoxalmente… Aqui estão nossos primeiros passos numa longa caminhada. Não sabemos onde iremos parar. Na verdade, não queremos parar! Já possuímos mais duas músicas prontas e outra a ser acabada…
E aqui vai nossa primeira e primordial promessa: quando dez músicas próprias existirem em nosso set list, virá o primeiro cd. E depois dele, outro single, outro cd, outro single, outro cd, outro single, outro cd…
Renato Barros, ocasionalmente, porta-voz de Clínica Tobias Blues.
Artist descriptions on Last.fm are editable by everyone. Feel free to contribute!
All user-contributed text on this page is available under the Creative Commons Attribution-ShareAlike License; additional terms may apply.